quarta-feira, 24 de junho de 2015

Nota do JORNAL GAZETA REGIONAL

Acuados, professores carmenses pedem socorro


“A situação ganhou contornos dramáticos e da forma em que está não dá mais para continuar”. Esta frase dita por uma das organizadoras do movimento dos professores retrata bem o drama hoje vivenciado por todos os profissionais da educação em Carmo do Paranaíba, situação que não é diferente do restante do país, quando se trata da falta de segurança para trabalhar. O pior de tudo isso é que a ameaça está dentro da escola, com menores infratores transvestidos de alunos. 
Diante esta situação caótica, um grupo de professores da rede estadual de ensino de Carmo do Paranaíba fez uma paraliSação no último dia 16, percorrendo as ruas centrais da cidade como forma de levar este problema ao conhecimento e chamar a atenção da população.
Os professores reclamam que estão abandonados pelas autoridades e não têm mais onde recorrer. “Estamos todas trabalhando sob pressão, muitas vezes até com ameaças de morte por parte desses alunos e até mesmo de seus próprios pais. Não fomos preparados para lidar com este tipo de situação. Aprendemos na faculdade a ensinar, e não lidar com a delinquência juvenil”, relata uma professora que prefere ficar no anonimato com medo de represálias.
Os professores reclamam que em todas as escolas existe um grupo que está ali apenas para tumultuar, agredir e falar palavras de baixo calão. “Não são muitos, apenas grupos. Mas todos sabem que uma laranja podre contamina toda uma caixa. Mas eles são extremamente violentos, não tem o mínimo pudor e só sabem falar sobre sexo e drogas. Como você, pai de família, pessoa do bem, vai se sentir sabendo que seu filho está convivendo com este tipo de gente? Os que querem aprender, realmente estão ali para estudarem, são os mais prejudicados e, assim como nós, estão acuados”, relata outro professor.
Em pouco tempo conversando com os professores realmente é possível se escandalizar com as histórias contadas. São meninas de 13, 14 anos fazendo apologia ao sexo e as drogas, se agridem com frequência, sendo necessária até mesmo a intervenção policial. Quando os casos são relatados aos pais, alguns deles saem em defesa dos filhos e, ao contrário de tentar educá-los, corrigindo-os, preferem transferir de forma agressiva a responsabilidade aos professores. Simplesmente lavam as mãos e transferem o problema para toda a sociedade.
A liberdade dada aos cidadãos, o chamado direito sem que haja preocupação com os deveres, foi criando esta situação. As escolas em todo o país são obrigadas a conviverem com adolescentes em conflito com a lei, encaminhados pela Vara da Infância e Juventude. São jovens que cometem atos infracionais – entre eles, crimes graves – e que, além de cumprir medidas socioeducativas, são matriculados nas escolas regulares por determinação do Juizado de Menores.
Recentemente em Patrocínio, houve uma confusão generalizada em uma determinada escola, quando os alunos praticamente destruíram o educandário, agredindo vários professores. A confusão só terminou com a intervenção policial. Toda a sociedade se revoltou com o episódio, fazendo com que a justiça e o ministério público se sensibilizassem e enviassem a principal líder da confusão para internação em uma instituição socioeducativa. 
Os professores de Carmo do Paranaíba acreditam que por não estarem preparados para receber este tipo de aluno, eles, bem como seus pais, deveriam sim é ser acompanhados por uma equipe multiciplinar, com psicólogos e até mesmo psiquiatras, e as escolas não têm estrutura para isso. “Hoje temos um importante apoio da Polícia Militar, que em última instância é o nosso porto seguro. Vamos continuar buscando este mesmo apoio em outras instituições, principalmente junto à justiça e o Ministério Público. Acreditamos que toda a sociedade está ao nosso lado nesta luta, pois ela acaba sendo a mais prejudicada. Então, assim que tivermos o apoio do poder público em todas as suas instâncias, poderemos pelo menos ter a esperança de que algo possa melhorar”, resumiu uma participante."


Nota da Redação: "Não vou falar em saudosismo, de quando éramos jovens estudantes e tínhamos não só respeito, mas verdadeiro amor pelos nossos professores. Professores estes que ficaram em nossas memórias, pois se hoje somos homens formados, respeitadores da lei e das diretrizes que regem uma sociedade de bem, muito disso é devemos a eles.
O fato é que estamos perdendo a batalha. As minorias estão tendo mais direito, podem tudo, fazem o que querem e o estado fecha os olhos para isso. Há anos, quando um pastor evangélico chutou a imagem de uma Santa, o país ficou estarrecido. O assunto foi pauta nos principais veículos de comunicação por semanas. Agora, na última chamada “parada gay”, um demente faz chacota com o principal símbolo do cristianismo, se auto crucificando, e tal fato não teve o mesmo desfecho e tão pouco mereceu espaço na mídia. Parece que a sociedade perdeu o sentido de indignação. 
Mas de volta ao tema, que é o que nos interessa neste momento, realmente algo deve ser feito o quanto antes e possível no que diz respeito a ação destes menores infratores no interior das escolas de Carmo do Paranaíba. Nem todos têm condições de arcar com uma escola particular, e não pode um trabalhador ir para a labuta com a preocupação de quais são as companhias de seus filhos na escola.  
Por outro lado, professor nenhum merece o que está passando, pois não foram preparados para isso. Lugar de aluno é realmente na escola, mas de menor infrator é numa instituição socioeducativa. Lá sim, tem profissionais preparados para lidar com este tipo de situação.
É incrível como o estado fecha os olhos e transfere responsabilidades. Mais incrível ainda é não ter a humildade em reconhecer que errou, cometeu equívocos em sua política social. Todos nós, hoje na faixa dos 45, 50 anos, independente da situação financeira de nossos pais, começamos a trabalhar desde cedo, seja vendendo picolé, engraxando sapatos, na oficina auto mecânica, na fábrica de móveis... Tínhamos tempo para estudar, para jogar bola na rua, empinar papagaio, bolinha de gude e tantas outras coisas. Hoje somos médicos, dentistas, advogados, professores, promotores, juízes, empresários, produtores rurais... e o mais importante: somos pessoas do bem, pais de família. Esta famigerada lei de que menor não pode trabalhar está arruinando a nossa sociedade, pois não trabalham, não estudam e entram no caminho da criminalidade, das drogas e sexo cada vez mais cedo. Um modelo que deu errado e não tem um parlamentar sequer para levantar esta questão. Também se tivesse sempre haverá meia dúzia de pessoas, minoria, pseudo intelectuais, que fará um quebra-quebra no congresso nacional e sequer deixaria a lei ser votada.
Infelizmente, estamos nos tornando um país sem esperança, com a certeza de que o futuro será ainda pior que o presente. 


Em tempo: Há um movimento de juízes e promotores no sentido de que seja criada uma escola de passagem, para onde estes adolescentes infratores possam ser encaminhados antes de freqüentar a sala de aula regular. Seria um período de adaptação."





2 comentários:

  1. Não queremos nada de mais, só um ambiente digno para se trabalhar e sermos respeitados por todos, para que possamos exercer nossa missão de ensinar da melhor forma possível, porque o que mais nos desespera não é o impossível, porém o possível não alcançado, e estamos nos esforçando para realizar um bom trabalho para que nossos bons alunos não sejam prejudicados. Que Deus esteja nos protegendo todos os dias...

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  2. Meus colegas, amigos, irmãos de profissão e de coração. Com minha vida corrida de Brasilia não tinha tido tempo de acessar o Blog. e não estava a par desta situação. Me solidarizo totalmente e parabenizo pela coragem de vocês gritarem por socorro. Como bem disse a nota do jornal "O problema da derrocada da sociedade foi quando o direito das minorias passou a valer mais que o direito da maioria" sim meus amados! Aprendemos na faculdade a ensinar e somos professores. Não somos policiais, nem agentes penitenciários. Que a justiça(Juiz, promotor,conselho tutelar) se encarregue dos bandidos e deixem que nós lidemos com os alunos, que é o que sabemos e estamos preparados fazer. Meu abraço a todos. Amo Vocês.

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